No ano de 1817 por ocasião do casamento da arquiduquesa austríaca Leopoldina com Dom Pedro de Alcântara, herdeiro real do trono de Portugal e do Brasil, é enviada ao Brasil uma expedição científica de história natural, com o objetivo de reunir informações sobre o país e constituir um museu brasileiro em Viena. Indicado por Metternich, Ender integra-se, na função de pintor, à equipe da expedição, liderada pelos pesquisadores em ciências naturais bávaros: Johann Baptist von Spix (1781-1826) e Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868), entre outros.
Durante sua permanência no Brasil, Ender faz mais de 700 desenhos e aquarelas. A bordo do navio, realiza um panorama circular da Baía de Guanabara e uma série de vistas em separado. No Rio de Janeiro, o artista registra as igrejas, os edifícios públicos, as praças e seus arredores. Retrata a sociedade brasileira da época e a escravidão, que enfoca de modo crítico, se interessa especialmente pelas diversas nacionalidades dos escravos. Em 1818, a viagem científica tem início e seus integrantes dividem-se para explorar diferentes regiões. Ender percorre inicialmente, com Spix e Martius, a região do Rio de Janeiro e São Paulo, registrando paisagens e cidades. No regresso ao Rio de Janeiro, ele adoece gravemente e retorna a Áustria, levando os desenhos e aquarelas relativos à viagem, que em grande parte se encontram atualmente no Gabinete de Gravuras da Academia de Belas Artes de Viena.
Thomas Ender, mais do que qualquer outro viajante do período, domina a pintura de paisagem. Em suas obras, podem-se notar a observação cuidadosa da vegetação, o cuidado acerca das perspectivas e planos e a fixação do espaço urbano sob diferentes pontos de observação.
Fonte: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa11773/thomas-ender
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